Metodologia
Como foram feitas as estimativas de emissões
Como foram feitas as estimativas de emissões
Estas estimativas abrangem as emissões de GEE no período de 1990 a 2012. Para o período 1990 a 2005 foram tomados como base os dados do 2º Inventário Brasileiro de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases do Efeito Estufa, publicado em 2010. Como os dados do inventário se concentram apenas nos anos de 1990, 1995, 2000 e 2005, foram realizadas estimativas para completar as séries históricas com todos os anos.
Para o período 2006 a 2012, as estimativas foram calculadas especificamente para este estudo.
As estimativas incluem as emissões de todos os gases previstos nos Inventários, porém com foco principal em dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), que respondem por mais de 99% das emissões em carbono equivalente (CO2e).
Estas estimativas tiveram como ponto de partida a metodologia de dois documentos principais: o Guia do IPCC 2006 para Inventários Nacionais de GEE e o 2º Inventário Brasileiro de Emissões e Remoções Antrópicas de GEE (2010).
Sem o 2º inventário de emissões e respectivos relatórios de referência não seria possível executar este estudo, pois a grande maioria dos fatores de emissão específicos foram calculados no processo de elaboração do inventário por equipes de dezenas de instituições e envolvendo centenas de pesquisadores e especialistas.
Escolhas Metodológicas
GWP ou GTP?
Existem duas abordagens para determinação do carbono equivalente: o GWP (Global Warming Potential) e o GTP (Global Temperature Change Potential). O primeiro considera a influência dos gases na alteração do balanço energético da Terra e, o segundo, a influência no aumento de temperatura. Ambos são medidos para um prazo de 100 anos, sendo mais comumente utilizado o GWP.
Por exemplo, 1 tonelada de metano (CH4) corresponde a 21 toneladas de carbono equivalente (CO2e) GWP ou 5 toneladas de CO2e GTP. A tabela abaixo mostra as equivalências para os gases de efeito estufa incluídos nas estimativas deste estudo.
Equivalência GWP e GTP |
||
Gás | GTP-100 | GWP-100 |
CO2 | 1 | 1 |
CH4 | 5 | 21 |
N2O | 270 | 310 |
HFC-125 | 1.113 | 2.800 |
HFC-134a | 55 | 1.300 |
HFC-143a | 4.288 | 3.800 |
HFC-152a | 0 | 140 |
CF4 | 10.052 | 6.500 |
C2F6 | 22.468 | 9.200 |
SF6 | 40.935 |
23.900
|
Emissões Brutas x Emissões Líquidas
As estimativas de emissões brutas de gases do efeito estufa não consideram a remoção de dióxido de carbono pelas mudanças de uso do solo, isto é, a quantidade de gases de carbono fixados pelo crescimento da vegetação. Quando há desconto das remoções, as estimativas são de emissões liquidas (emissões menos remoções).
O Guia do IPCC prevê a contabilização, para fins de inventário, das emissões e remoções antrópicas de gases de efeito estufa. No segundo inventário brasileiro, lançado em 2010, foram considerados como remoção antrópica os aumentos de estoques de carbono em florestas naturais quando localizadas em unidades de conservação ou terras indígenas. Esta remoção representou 92% dos totais contabilizados no inventário e nas estimativas de 2010, publicadas em 2012.
Na realidade, florestas não protegidas podem capturar CO2, se estiverem em processo de renovação natural, assim como florestas dentro de áreas protegidas podem emitir CO2, se estiverem em processo de degradação. Pelo enorme volume que pode representar – mais de 300 milhões de toneladas de CO2 ou 20% das emissões atuais – esta definição gera uma enorme distorção nos dados de emissões.
A partir de uma abordagem conservadora, a opção foi priorizar a divulgação dos dados SEEG 1990-2012 com emissões brutas. Assim, exceto quando especificamente citado, todos os dados aqui apresentados referem-se às emissões brutas de gases de efeito estufa. Na plataforma SEEG na internet estão disponíveis também as estimativas de remoção segundo o critério utilizado no 2º inventário brasileiro de emissões.
Nesta publicação também não foi incorporado o desconto pelos certificados de redução de emissões oriundos de projetos de Mecanismo do Desenvolvimento Limpo (MDL). Os totais, no Brasil, no período de 2005 a 2011, somam cerca de 75 milhões de toneladas de CO2e.
Emissões cross-setoriais
As emissões totais de gases do efeito estufa associadas a atividades industriais são computadas em três setores deste estudo SEEG: geração de energia, resíduos e processos industriais. A separação segue as diretrizes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para inventários nacionais. Com o objetivo de obter um retrato mais fiel e completo da representatividade de determinados setores da economia foi realizado um piloto de organização das informações das emissões para os setores industrial, agronegócio e transportes.