Área desmatada na península de Kampar, na Indonésia. Foto: ©Greenpeace/Novis/Flickr

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Indonésia propõe reduzir 29% das emissões

Porcentagem de redução de gases de efeito estufa é para o ano de 2030 e tem como base o nível de emissões que haveria se nada fosse feito. O país é o sexto maior emissor no mundo

25.09.2015 - Atualizado 11.03.2024 às 08:27 |

A Indonésia, sexto maior emissor de gases de efeito estufa no mundo, registrou nesta quinta-feira (24) junto às Nações Unidas a sua INDC (sigla em inglês para Contribuição Nacionalmente Determinada Pretendida). O plano de redução de emissões apresentado pelo país como contribuição ao acordo do clima de Paris prevê 29% de queda das emissões em 2030 em relação ao cenário business-as-usual, ou seja, a quantidade de emissões a que o país alcançaria se nada fosse feito para contê-las.

As análises deste cenário preveem que o país chegará a 2030 emitindo 2,88 bilhões de toneladas de CO2 equivalente. Com a proposta de redução, as emissões serão de 2 bilhões de toneladas. Com apoio internacional, a Indonésia se compromete com uma redução maior, chegando a 2030 com 1,7 bilhão de toneladas.

“É louvável que o governo da Indonésia já tenha incluído a projeção de emissões, permitindo uma estimativa mais completa e rigorosa das emissões que sua meta vai evitar”, diz Nirarta “Koni” Samadhi, diretor do World Resources Institute (WRI) na Indonésia. “No entanto, antes das negociações de Paris, esperamos que o país seja ainda mais transparente para que os interessados ​​tenham ainda mais confiança sobre os seus esforços.”

A principal fonte de gases de efeito estufa do país (63%,segundo o documento registrado) é a mudança no uso da terra – perda de cobertura florestal para destinação a atividades produtivas. Este é o principal ponto do plano para reduzir as emissões, seguido de mudanças no setor de energia. Espera-se que em 2025 23% da energia do país seja provida por meio de fontes renováveis – quadruplicando a participação atual de renováveis, de acordo com o WRI.

“O compromisso nacional da Indonésia é encorajador e demonstra a seriedade do país para enfrentar este desafio global complexo”, diz Samadhi. “Mas pode ser melhorado com mais detalhes para garantir a eficácia do plano.”

Em 2009, a Indonésia comprometeu-se voluntariamente em alcançar uma redução de 26% das emissões em relação ao business-as-usual em 2020, ou até 41%, com apoio internacional. Na ocasião, o país foi aplaudido pela comunidade internacional pela meta ousada enquanto país em desenvolvimento.

Parte do documento do governo da Indonésia registrado junto à UNFCCC (Convenção da ONU para Mudanças Climáticas) é dedicado à adaptação. O país é considerado um dos mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas, tanto por suas condições geográficas – é composto por ilhas – quanto por suas condições de desenvolvimento. Os principais desafios são consolidar a resiliência diante de eventos climáticos extremos, além de garantir segurança alimentar, hídrica e energética.

Contribuições dos países

As INDCs são os planos de redução de emissões que os países das Nações Unidas devem apresentar até o dia primeiro de outubro como contribuição ao acordo do clima que será firmado em Paris, em dezembro deste ano. O objetivo é que as metas, somadas, possibilitem que o aquecimento global seja limitado a no máximo 2ºC até o fim deste século, para evitar efeitos mais severos das mudanças do clima.

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