Greta Thunberg durante ato em Glasgow (Foto: Felipe Werneck/OC)

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“COP26 fracassou: é um festival global de greenwash”, diz Greta

Manifestação de jovens para centro de Glasgow e denuncia a conferência do clima “mais excludente de todas"

05.11.2021 - Atualizado 11.03.2024 às 08:30 |

FELIPE WERNECK
DO OC, EM GLASGOW

Mulheres indígenas e a ativista sueca Greta Thunberg lideraram um protesto que reuniu 25 mil pessoas, segundo os organizadores, e parou o centro de Glasgow, onde é realizada a COP26, na tarde desta sexta-feira (5).

O grupo percorreu 2,5 km, do Kelvingrove Park até a George Square, onde havia um palco para discursos. Greta foi a última. “Não é nenhum segredo que a COP26 é um fracasso”, disse ela, classificando a conferência de “a mais excludente de todas”. “Isso não é mais uma conferência sobre o clima, é um festival de greenwash do hemisfério Norte. São duas semanas de celebração de mais do mesmo e blá, blá, blá.”

Policiais fizeram um cordão que impedia a aproximação de pessoas no início da passeata, mas a repressão foi menor do que na quarta-feira (7), quando cinco manifestantes foram detidos em um protesto organizado pelo grupo Extinction Rebellion.

Mulheres indígenas carregavam a primeira faixa, criticando ataques contra seus povos, e Greta vinha em seguida, conversando com ativistas do grupo que criou, o Fridays for Future, como a alemã Luisa Neubauer.

Em discurso na George Square, a indígena Samela Sataré-Mawe, de Manaus, criticou o governo Bolsonaro. “Estamos aqui para denunciar a política genocida do governo brasileiro”, disse. “Defendemos nossos territórios com a nossa vida. Nossos parentes indígenas estão sendo assassinados. Viemos com uma mensagem: demarcação já. Chega de genocídio, chega de mineração, chega de desmatamento, chega de queimadas nos nossos territórios.”

O ativista Marcelo Rocha, da Coalizão Negra por Direitos, também discursou: “É hora de ouvir os negros. Esse é o sonho de Luther King, de Malcom-X, de Lélia Gonzalez, de Emicida, de Zumbi dos Palmares, de todos os negros em quilombos e favelas no Brasil. Eles colonizaram suas soluções climáticas. Justiça climática sem justiça racial é novo colonialismo.”

Outro protesto está programado para este sábado. “Vejo vocês amanhã”, disse Greta no fim do discurso.

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